João Dourado
realiza por ocasião do seu aniversário de emancipação política a chamada de
festa da cebola. Neste período surge questionamento sobre o comportamento do
crente, se pode ou não pode participar!
Como hoje o assunto tem tomado um caminho tão controverso, até porque em
algumas cidades criaram a alternativa de entretenimento com os bailes e as
boates gospel, convém dizer algo sobre o assunto.
No
questionamento se o crente pode ou não pode participar de festas profanas; ir à
festa, dançar, fazer uso de bebidas alcóolicas, gostaria de ponderar sobre
alguns aspectos desta questão:
Na verdade não
é uma questão de poder ou não poder, é uma questão de decisão e de identidade
cristã. Quando o Apóstolo Paulo respondeu aos cristãos de Corinto se podiam ou
não participar das festas idólatras, das comidas sacrificadas aos ídolos que
envolvia também um contexto semelhante ao que acontece em nossos dias, dentre as afirmações e orientações sobre o
tema, gostaria de considerar algumas como resposta a este assunto:
Primeira, a nossa liberdade deve ser
limitada pelo zelo para não fazer tropeçar os mais novos na fé e pelo bom testemunho
perante os que não professam a Fé Evangélica ou mesmo os que não acreditam em
nada. É o que está em I Co.8:8-13.
O crente deve ter sensibilidade e percepção espiritual a ponto de entender que
tudo aquilo que vai causar escândalo, fazer alguém tropeçar na fé, se desviar,
tem que ser evitado, ainda que lhe seja um direito – “... E, por isso, se a comida
serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a
escandaliza-lo”(I Co.8:13). Quando uma pessoa que não é crente vê um
crente numa festa profana, via de regra ele fica escandalizado: “Fulano não diz
que é crente, o que ele está fazendo aqui”? Às vezes o camarada que não tem
nada a ver com o Evangelho, passa a “evangelizar” o crente: “Rapaz, aqui não é
teu lugar, vai embora... Eu estou aqui, mas o certo é onde você está!...”.
Pessoas de outras cidades estranham o fato de João Dourado ser uma cidade com
origem cristã e realizar estas festas, imagine quando vê pessoas que se dizem
cristãs participando! O cristão tem que ter controle de suas ações, domínio
próprio e renunciar vontades carnais. Veja o que diz o Apóstolo Paulo: “Mas
esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros,
não venha eu mesmo a ser desqualificado”(I Co.9:27).
Segunda consideração neste contexto está em
I Co.10:1-13: Este texto explica porque muitos que se dizem cristãos tem um
comportamento mundano. O povo de Israel no deserto se comportou de forma
semelhante ao que acontece hoje. Embora eles estivessem debaixo da liderança de
Moisés, experimentaram grandes milagres de Deus no deserto, mas Deus não se
agradou da maioria deles, por isso morreram sem alcançar as promessas de Deus.
Por que Deus não se agradou do seu povo no deserto? Explica I Co.10:7-10:
Fizeram um bezerro de ouro e promoveram um carnaval – comeram, beberam e praticaram imoralidade,
murmuraram contra Deus, foram além dos limites que Ele havia estabelecido na
sua Lei e por isso sofreram as consequências dos seus pecados. Diz o texto que
estas coisas foram registradas para servir de exemplo para nós a fim de não
praticarmos os mesmos erros que eles cometeram. Diz o verso 12: “Aquele,
pois, que pensa está em pé, cuidado para que não caia”! Depois no verso
13 tem uma dica para quem está passando por tentação: Deus um lugar de escape,
Deus tem o livramento para você fugir, vencer a tentação.
Terceira consideração: Nós somos santuário
de Deus, temos uma aliança no sangue de Cristo e não devemos participar dos
sacrifícios aos ídolos e aos demônios – “Não podeis beber o cálice do
Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes da mesa do Senhor
e da mesa dos demônios”( I Co.10:21). O texto não está chamando pessoas
de demônios, mas afirmando que o que elas ofereciam era a demônios e não a
Deus. Como é que uma pessoa vem à Igreja, toma o cálice da Santa Ceia que
significa aliança no Sangue do Cordeiro e depois vai assentar-se numa rodada de
cerveja, se embriagar, dançar músicas profanas, ser cúmplice nas obras das
trevas? O texto sagrado diz que isso é provocar a Deus!
O
Apóstolo Paulo termina suas orientações à Igreja de Corinto sobre o tema estabelecendo
os limites da liberdade cristã: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem
todas me convém, todas as coisas me são lícitas, mas nem todas edificam” (I
Co.10:23) – ou seja, eu sou livre para ir a qualquer lugar, frequentar
qualquer ambiente, mas me convém fazer isso como cristão? E ainda, se eu sirvo
a um Deus que é Santo e requer de mim santidade e pureza no viver, frequentar
um ambiente de danças imorais, músicas indecentes que incita os desejos da
carne, o adultério, a mentira, a violência, orgias, bebedices vai me edificar
em que? O que vejo e ouço nestes ambientes vai contribuir para o meu
crescimento espiritual, vai de alguma forma ajudar meus filhos a adotar uma
conduta cristã de santidade, respeito e obediência a Deus?
Diz
o verso 24 que eu não devo buscar o meu próprio interesse e no verso 31 e 32
fecha a questão em apreço de forma conclusiva e esclarecedora: “Portanto,
quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a
glória de Deus. Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para
gentios, nem tão pouco para a igreja de Deus”.
QUAIS AS CONCLUSÕES PRÁTICAS SOBRE O ASSUNTO? :
1.
Falo principalmente aos membros e frequentadores
da Igreja Presbiteriana do Brasil da qual eu sou pela Graça de Deus Pastor: Não
nos convém nem ir lá dar uma olhada, quanto mais dançar, se assentar, beber e
participar destas coisas! “Sai dela povo
meu! Não toqueis em coisas impuras e eu vos receberei..., diz o Senhor” (II Co.6:17).
O membro da Igreja que participa de festas profanas fere não só a Palavra de
Deus, como também a constituição e o Código de Disciplina da Igreja. Por isso
está sujeito à Disciplina Eclesiástica.
2.
É importante salientar que a profanação do
sagrado não está apenas nas festas. Pode estar na televisão, na internet, no
comportamento pecaminoso, seja em casa, na rua, na escola ou em qualquer lugar.
Devemos zelar sempre pelo nosso testemunho cristão.
3.
Há situações de irmãos que nas suas funções
profissionais são designados para atender determinadas situações neste período
de festas na cidade, e neste caso, eles não vão à festa, e sim ao serviço e
deve exercê-lo dignamente, desde que não implique em comprometer a sua
fidelidade a Cristo.
4.
Há casos de pessoas que vieram das festas e
ainda estão começando a sua caminhada com Cristo. Por amor à sua alma não
retroceda. Ore, busque ajuda de uma irmão. Procure passar estes dias junto com
irmãos da Igreja orando, compartilhando a Palavra e se fortalecendo
espiritualmente. Não se isole ou então não se ache forte o suficiente para não
cair nas tentações. Não confie na sua
carne. Confie em Jesus e esteja em comunhão com os irmãos(Ec.4:9-12).
5.
Os pais são responsáveis pelos filhos menores.
Não libere seus filhos para estes ambientes, ainda que lhes seja muito difícil
contê-los. Todos nós em qualquer lugar estamos sujeitos à maldade, ao pecado e
à violência. Mas não podemos negar o fato que quem frequenta estes ambientes
estão muito mais vulneráveis a cair numa cilada, ser vitimado ou mesmo vitimar
alguém pela violência física, moral e espiritual.
6.
Por fim, a Igreja Presbiteriana do Brasil em
João Dourado é radicalmente contra a realização das festas profanas que
promovem diversão, entretenimento por meios que não estão de acordo com os
princípios cristãos estabelecidos na Palavra de Deus, além de que, estas festas
deixam um custo moral e social altíssimo para as nossas cidades, visto que
neste período aumenta os índices de violência, roubos, consumo de bebidas
alcoólicas e outras drogas, violação dos direitos da criança e do adolescentes,
gravidez na adolescência, estupros, imoralidade, infidelidade e tantos outros
males que afetam a família e a sociedade em geral.
7.
Ainda que em discordância com os
festejos, e consciente que os que semeiam para a carne, da carne colherá
corrupção (Gl.6:7-8), é papel da Igreja
Interceder a Deus que na sua misericórdia guarde a cidade de toda sorte de
males. Por isso nestes dias de agitação e muito barulho, que sejamos
intercessores pela Salvação de João Dourado para que a cidade cresça debaixo da
proteção de Deus. Sempre faço a oração de Isaías 62 lembrando de João Dourado: “Por
amor de Sião não me calarei e, por amor de Jerusalém, não me aquietarei, até
que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação, como uma tocha
acesa... Sobre os teus muros ó Jerusalém, pus guardas, que todo o dia e toda a
noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis,
nem deis a Ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de
louvor na terra”(Is.62:1-7). QUE JOÃO DOURADO SEJA A NOSSA JERUSALÉM!
Que
o bondoso Deus nos abençoe e nos guarde!
Rev.
Cloves Azevedo de Oliveira
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