Quem nunca durante a infância, após se machucar, não sofreu na hora em que tinha que passar merthiolate? Nossa! Esse momento doía mais do que o machucado em si.
Quantas vezes, achando que levaríamos uma bronca, ou até mesmo já sabendo que iríamos sentir aquela bendita ardência provocada pelo remédio, escondíamos a ferida de nossos pais.
Sou da época em que merthiolate ardia! As crianças de hoje são privilegiadas, pois usufruem de uma fórmula onde o merthiolate não arde mais.
O fato é: não se pode esconder o machucado, com o tempo ele só vai piorar. Da mesma forma não se pode aplicar o remédio por cima do curativo, a ferida precisa ser exposta. Temos que revelar o que existe dentro de nós para que então o remédio seja aplicado.
Muitas vezes temos medo de nos examinar (I Coríntios 11:28), fazer uma introspecção, de caminhar por ruas e becos interiores outrora nunca explorados.
Dái a importância de Deus sondar nossa alma (Salmos 139), quando assim o faz, ELE não quer descobrir alguma novidade em nosso ser, ELE sabe de todas as coisas. O objetivo de Sua sondagem é para que o homem venha ter ciência de si mesmo. Nesse momento Deus nos pega pela mão e nos convida para um tour, nos leva para lugares que não conhecíamos, mas que sempre esteve dentro de nós.
Deparamos-nos com vulcões adormecidos, com feridas cobertas de curativos, porém ainda não curadas. Tendemos a preferir essas zonas adormecidas, que nos leva ao engano de achar que tudo esta bem.
É através da confissão que as feridas são expostas, ficando aptas para receber o remédio da cura: “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados.” (Tiago 5:16)
Não devemos ter medo de expor as feridas, diferentemente do merthiolate que descobriu uma fórmula para não arder, o remédio oriundo da graça de Deus provoca dor, arde, incomoda o homem. Faz com que as zonas adormecidas entrem em erupção, nos leva a sentir nossas misérias, transformar nosso riso em choro, nossa alegria em tristeza (Tiago 4:9).
Que tal colocar para fora essa ferida. Seja ela um perdão que precisa ser liberado, um pecado que precisa ser confessado, uma mágoa que esta guardada no coração. É melhor arder agora, agir enquanto existe tempo, caso contrário essa ferida poderá a vir se transformar em uma doença terminal.
O Deus riquíssimo em misericórdia nos ajuda a agüentar a ardência provocada pela ação de Seu remédio. Dando-nos paciência para entender que essa leve e momentânea tripulação (ardência) é necessária para que possamos experimentar o eterno peso de glória (cura), (II Coríntios 4:16-17).
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