João Dourado é uma cidade privilegiada não só na região de Irecê, interior da Bahia, mas em todo o país. Tal importância dá ao grupo de evangélicos da cidade feriado municipal conquistado mediante lutas para reconhecimento do dia do evangélico na cidade, dia 31 de outubro. Dia da Reforma Protestante.
Há cinco anos uma grande mobilização é feita nas igrejas da cidade durante uma semana com programações que em momentos integra a todas e, em outros, integra almas e corações em oração pela cidade e os problemas sociais que enfrentamos como álcool, drogas, prostituição, violência e tantos outros, seca e outros.
Este ano, 2012, as manifestações na rua não foram tantas como nos anos passados com cultos ao ar livre, passeata com trio e grande encerramento na praça com algum cantor/banda famosa no meio. Este ano o dia foi marcado com um culto na praça João Dourado com a participação dos ministérios Jeová Nissi e Casa de Deus.
Acompanhe abaixo o pronunciamento do Pastor Cloves sobre o 31 de outubro em João Dourado.
PRONUNCIAMENTO FEITO NA
COMEMORAÇÃO DO DIA DO EVANGÉLICO EM JOÃO DOURADO
João Dourado, 31.10.2012
“Pois não me envergonho do Evangelho, porque é o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê...”Romanos 1:16-17
Hoje completa exatamente
495 anos da Reforma Protestante. No dia 31 de outubro de 1517 Martinho Lutero fixou
à porta do Castelo de Wittenberg na Alemanha as suas 95 teses. A Igreja na
época vivia um tempo de escuridão moral e espiritual, tomada pelo paganismo,
idolatria, venda de indulgências que prometia às pessoas direito à salvação. Havia um total afastamento das Escrituras.
O monge Martinho Lutero
inconformado com aquela situação decadente da Igreja, ao afixar suas teses para
uma discussão pública do assunto à porta do castelo de Witenberg, estava
conclamando os líderes religiosos e o povo a voltar-se para as Escrituras
Sagradas e para o verdadeiro Evangelho. Martinho Lutero chegou ao conhecimento
pessoal de Cristo como seu Salvador ao deparar-se com olhos desvendados pelo
Espírito Santo com o texto supracitado (Romanos 1:16-17). A revolução produzida
pelo Evangelho em seu coração o levou a lutar apaixonadamente pela reforma da
igreja na época.
Somos herdeiros também da mesma fé e do mesmo
Evangelho destes homens que Deus levantou na história para trazer o seu povo de
volta à Palavra. Nós também vivemos dias
de trevas e de afastamento de Deus e do verdadeiro Evangelho. Assistimos nos
últimos anos muitos escândalos e exploração da boa fé e da credulidade do povo
brasileiro. Os vendilhões dos templos estão mercadejando a Fé Evangélica à
semelhança das indulgências dos dias da reforma no século XVI. O comportamento
comprometedor de muitos cristãos com os esquemas do mundo se torna um peso ao
testemunho da Igreja de Cristo no Brasil.
Quando o Apóstolo Paulo
escreveu esta carta à Igreja cristã em Roma, seu desejo manifesto era ir até à
capital do Império Romano, mesmo ciente de que naqueles dias assumir a fé
evangélica, implicava em sofrimento, perseguição e morte. Por isso, muitos tinham
vergonha de assumir compromisso com Cristo, se escondiam, negavam a fé. O
Apóstolo Paulo não temia a perseguição, a crítica, a execução pública por causa
da sua fé em Cristo, o Evangelho para Ele era uma dívida aos povos, uma honra
de ser embaixador das boas novas de Salvação.
Apesar da crise pela
qual passa a Igreja nestes dias difíceis, apesar da apostasia de muitos e da
corrupção que também atinge a muitos líderes das igrejas evangélicas no Brasil,
quero afirmar nesta data comemorativa o que ousadamente afirmou o grande
Apóstolo Paulo: “Não me envergonho do Evangelho de Cristo”.
1. Não me envergonho do Evangelho porque o Evangelho é o Poder
de Deus para a Salvação. O Evangelho é Deus em ação no mundo libertando os cativos
e oprimidos do maligno, transformando pecadores condenados em santos
justificados. O Evangelho é como uma dinamite divina, tem o poder exclusivo de
despedaçar os corações endurecidos e fazê-los rendidos totalmente a Cristo.
2. Não me envergonho do Evangelho porque o Evangelho é a única
esperança libertadora para os que jás prostrados no submundo das drogas, do
crime e rebelião. Onde os cativos das
drogas, do alcoolismo, da prostituição, do adultério, do homossexualismo e da
corrupção vão encontrar abrigo seguro, sombra e descanso, senão no Evangelho de
Cristo?. Ele é o único que afirma categoricamente: “Vinde a mim vós que estais
cansados, vinda a mim, vós sobrecarregados...” (Mt.11:28-30).
3. Eu não me envergonho do Evangelho, porque o Evangelho tem
no seu conteúdo a mensagem inédita, incomparável, inigualável do Cristo que se encarnou, nasceu
da virgem Maria gerado pelo Espírito Santo, morreu como malfeitor numa maldita
cruz por amor a miseráveis pecadores, ressurgiu dos mortos ao terceiro dia,
esmagou debaixo dos seus pés a antiga serpente que se chama Satanás e foi
exaltado acima de todo nome, está hoje assentado à destra da Majestade nas
alturas celestiais e voltará triunfantemente para buscar os que Ele comprou a
preço do seu Sangue inocente.
4. Não me envergonho do Evangelho porque o Evangelho é boas
novas, boas notícias num mundo sem novidades, e de más notícias. O Evangelho é boas
novas de grande alegria. Por onde Jesus passava a alegria verdadeira invadia os
corações. Ele andava por toda parte curando os oprimidos do maligno e a alegria
tomava conta das pessoas. Quando João Batista estava preso, num momento
aparente de Cristo existencial, tomado pela dúvida sobre a pessoa de Cristo,
mandou perguntar a Jesus: “És tu aquele que estava para vir, ou
haveremos de esperar outro”? (Mt.11:3). Jesus mandou-lhe um recado: “Vai
e anuncia a João Batista o que estais vendo: Os cegos vêem, os coxos andam, os
leprosos são purificados, os surdos ouvem e os mortos são ressuscitados, e aos
pobres está sendo pregado o Evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar
em mim motivo de tropeço” (Mt.11:4-6).
5. Não me envergonho do Evangelho porque o Evangelho é a única
mensagem de paz, perdão e reconciliação dos homens com Deus e uns com os
outros.
Felizes são os que propagam o Evangelho da paz, promovem a paz e vivem a verdadeira
paz com os homens.
6. Não me envergonho do Evangelho porque o Evangelho é o
“Evangelho de Cristo”. O Evangelho não é presbiteriano, pentencostal, batista,
católico, assembleiano... Não é o Evangelho da Prosperidade material, não é o
Evangelho dos pobres, dos ricos, dos poderosos, dos de nobre nascimento. O
Evangelho é a boa notícia do céu, maior do que os homens, acima das religiões.
É o Evangelho da manjedoura, do Cristo da Galiléia, do Cristo humilhado,
desprezado, ridicularizado, odiado. É o Evangelho da Cruz – Por causa do
Evangelho podemos cantar: “Sim eu amo a mensagem da cruz...”
7. Não me envergonho do Evangelho porque o Evangelho não
envergonha ninguém. Embora o nosso
Mestre sofreu as maiores vergonhas que um ser humano possa enfrentar publicamente,
Ele não esmagava a cana quebrada. Ele não atirou pedras numa mulher apanhada em
fraglante adultério e exposta publicamente para satisfazer um intento maligno
dos religiosos da sua época. Ele tratou a todos dignamente: Ele disse para a
mulher adúltera: “Eu não te condeno vai e não peques mais; Ele parou para ouvir
o clamor do cego Bartimeu, atendeu pais e mães desesperados com seus filhos
mortos; chorou diante da dor e das tragédias humanas; tocou em pessoas
impuras; lamentou diante da incredulidade
do seu povo, mas soube sempre tratar o
ser humano como imagem e semelhança de Deus.
8.
Eu não me envergonho do
Evangelho, porque o Evangelho é simples: “Deus amou o Mundo de tal maneira que deu seu Filho
unigênito, para que todo aquele que N’Ele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna”(João 3:16).
9.
Finalmente, posso afirmar EU NÃO ME ENVERGONHO DO
EVANGELHO. Ao contrário, EU ESTOU PLENAMENTE SATISFEITO COM O EVANGELHO. O Evangelho preenche a minha existência, dá sentido ao
meu viver, satisfaz o meu ser interior. Nós que cremos em Cristo não temos
motivos para lamentar, não precisamos andar de cabeça baixa, nem ter vergonha
de declarar publicamente a nossa fé. Temos motivos para caminhar pelas ruas,
correr, gritar em altar voz, celebrar alegremente a incomparável salvação do
nosso Deus. Que este seja o dia, a noite para erguermos bem alto a bandeira do
Evangelho nesta cidade e juntos proclamarmos: O EVANGELHO DE CRISTO É O PODER
DE DEUS PARA A SALVAÇÃO DE TODO AQUELE QUE CRER
Rev. Cloves Azevedo de Oliveira
(Pastor da Igreja Presbiteriana Mãe e Coordenador das
comemorações do Dia do Evangélico no Município de João Dourado).
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