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10 outubro 2012

AVALIAÇÃO CRÍTICA DAS CRÍTICAS AOS CRISTÃOS EVANGÉLICOS NA CAMPANHA POLÍTICA MUNICIPAL!


Além das leviandades e desrespeito comuns neste período de campanha eleitoral tanto nos palanques, carros de som, na internet ,nas esquinas e praças da nossa cidade, depois das eleições, algumas pessoas começam a eleger culpados e responsáveis tanto pela vitória como pela derrota de alguns candidatos. E desta feita, publicam e comentam nas ruas sobre o comportamento dos crentes, inclusive de forma irrefletida, citando igrejas. Como pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil e da Igreja Presbiteriana Mãe de João Dourado, sinto-me no dever de pronunciar o que penso e qual é a conduta da igreja em questões políticas. Assim, encorajo os que gostam de ler a dedicar alguns minutos do seu precioso tempo a refletir comigo sobre o assunto. 


Primeiro, tenho a consciência de que ao longo destes anos aqui em João Dourado tenho cumprido o meu papel como líder espiritual, porque instrui, adverti e corrigi com veemência comportamentos errados à luz da Palavra de Deus, inclusive com algumas publicações no facebook que mostra nossa postura quanto ao assunto;

Segundo, tenho consciência tranquila quanto a minha postura com relação às campanhas políticas em João Dourado, porque nestes quatorze anos aqui, desafio alguém da igreja ou fora dela que afirme e prove que induzi, sugeri ou influenciei em quem tal pessoa deveria votar. Trabalho princípios e valores cristãos na política e não política partidária. Não sou cabo eleitoral de nenhum candidato e nunca tratei com descaso a nenhum, até porque sempre fui bem tratado por todos eles. Quero ser tão somente pela graça de Deus Ministro do Evangelho de Cristo e Embaixador do Seu Reino, algo tão nobre que não me sinto digno de exercer tão sublime missão.

Terceiro, A igreja como instituição não tem candidato, não tem partido político, não orienta seus membros em quem votar, mas procura educá-los sobre a ética cristã na política. Se membros das igrejas se portaram indignamente não foi por falta de orientação e advertência por parte da liderança da igreja. E neste ponto tomo a liberdade de incluir os pastores das Igrejas Presbiterianas em nosso município, porque sei que eles se portam dentro do mesmo padrão. Não me refiro às demais igrejas, porque não teria a postura anti-ética de mencioná-los sem autorização. Cada um é responsável diante de Deus pelos seus atos.

Quarto, os evangélicos são cidadãos como qualquer outra pessoa e tem direito de fazer suas escolhas e participarem do processo político, no entanto, devem zelar pelo bom testemunho para que o nome de Cristo não seja envergonhado.

Quinto, a participação dos crentes em movimentos políticos é um ato voluntário de cada um, fazendo uso de sua liberdade e direito de participar livremente sem incentivo ou proibição por parte da igreja. Tanto é assim, que membros da nossa igreja participaram livremente das caminhadas, passeatas sem sofrerem retaliações por razões políticas partidárias. Quem quis participar dos movimentos o fez livremente de acordo com sua opção política e sua consciência.

Sexto, os evangélicos tem um papel importante na sociedade e tem grande contribuição na história educacional, religiosa, agrícola, econômica e política do município de João Dourado e acredito ter o respeito e reconhecimento da sociedade. Não aceitamos que por atos isolados de pessoas que são membros de alguma igreja evangélica e cometeram atos vergonhosos, os evangélicos sejam tratados como se fossem a parte podre da política, porque tal postura é preconceituosa, injusta e irresponsável. Não vou em hipótese alguma colocar em cheque e desrespeitar os católicos porque um católico cometeu algum ato vergonhoso. Há de se separar as instituições dos atos isolados das pessoas.

Sétimo, a Igreja é lugar para pecadores. Nela estão os piores pecadores, que arrependidos de seus pecados correram para debaixo da cobertura do sangue do Cordeiro onde encontram perdão e paz. Jesus disse “os sãos não precisam de médicos e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores”(Mc.2:17 ). A igreja de Cristo está de portas abertas para todas as classes de pecadores: prostitutas, adúlteros, homossexuais, bêbados, drogados, evangélicos, católicos, pastores, padres, ladrões, mentirosos, vermelhos, amarelos, pretos, brancos, pardos... Não importa a cor da pele, a cor partidária, a classe social, o sobrenome, a religião... Duvido que pecadores que experimentam do poder transformador do Evangelho de Cristo continuarão as mesmas pessoas.

Oitavo, Ai das cidades se não fosse as igrejas. A Política passa, as igrejas permanecem. Quando as pessoas estão desesperadas, sofrendo, quando casamentos estão à beira da destruição, quando os drogados, os alcoólatras, os viciados não tem para quem apelar, são as igrejas quem lhes estendem a mão não para apontar os seus erros e expô-los ao ridículo, mas para dizer-lhes que há esperança em Jesus. As igrejas são fiéis guardiãs da boa ética, da moral e do respeito às pessoas. E mais, são parceiras dos poderes constituídos não por razões políticas partidárias, nem para explorar e levar vantagens, mas para cooperar com as políticas públicas de investimento principalmente na criança, adolescente e jovens, que são mais vulneráveis aos agentes de morte na nossa sociedade. Geralmente a Igreja coloca o seu potencial voluntario à serviço da comunidade e o faz por amor e não por motivação política. 

Nono, nós evangélicos somos livres para marchar pelas ruas da cidade quando quisermos e acharmos que nos convém fazer. Não o faremos ou deixaremos de fazer nossas celebrações por pressão e malícia de quem quer que seja. Nós mesmos temos o Espírito Santo de Deus e sabemos quanto podemos celebrar e quando devemos lamentar e chorar os nossos pecados. Os religiosos de plantão que não tem pecado que segurem firmes em suas mãos as pedras para apedrejar a quem acharem que devem.

Décimo, se houve erros de evangélicos na campanha política, os que querem execrá-los publicamente, que o faça sem partidarismo e sem parcialidade, como se os que erraram estivessem apenas do outro lado. Julgar assim é imaturidade, maldade e injustiça.

Décimo Primeiro, independente do que digam do povo de Deus, eu fico com a Bíblia: “... Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica! Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, está assentado à destra de Deus e também intercede por nós... “– (Rm.8:31-39). Nem mesmo o mau comportamento de alguns evangélicos seja na campanha política ou em qualquer outra época vai calar a voz da igreja. A Igreja de Cristo, a multidão dos lavados e remidos no sangue do Cordeiro não vai se render às pressões, não vai andar de cabeça baixa, não vai aceitar a tentativa de satanás de oprimi-la com falsas acusações de que a igreja não tem autoridade para pregar, marchar e adorar a Deus. O papel do Espírito Santo é convencer-nos, mostrar nossos erros. O papel do diabo é apontar o dedo e acusar, dizer que não tem mais jeito, que nossos pecados não tem perdão a fim de impedir-nos de correr para o único abrigo seguro que é Jesus Cristo. Ainda que houve pecados em nosso meio e deles nos envergonhamos e lamentamos, o nosso Deus é um Pai justo e amoroso que corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe...” (Hb.12:5-11). Jesus diz: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê pois zeloso e arrepende-te...”(Ap.3:19). Jesus não virá buscar uma igreja promíscua, impura e comprometida com os esquemas deste mundo. Ele virá buscar a Igreja que Ele comprou com o seu sangue e a purificou para ser igreja pura e sem mácula. Os que são de Cristo podem andar de cabeça erguida porque são mais do que vencedores em Cristo Jesus.

Décimo Segundo, a Bíblia diz: “Ai daquele por quem vier o escândalo...”. Os que cometem escândalos e envergonham a igreja e o Evangelho de Cristo tem responsabilidade diante de Deus.

Décimo Terceiro, a Igreja não julga questões de fórum íntimo, não aceita acusações sem provas, nem condena ninguém sem que lhe dê plenos direitos de defesa. Ao julgar a conduta dos seus membros, o faz pelo crivo da Palavra de Deus, da Constituição da Igreja e da Constituição Federal. Não respondemos acusações levianos de quem não viu, não tem provas, nem tão pouco tenha uma razão nobre para denunciar: O bem do culpado, a honra de Igreja e de Cristo. Quem se sente atingido na sua moral e prejudicado pelo desrespeito às pessoas, tão comum principalmente pela internet, por razões políticas partidárias, que procurem a justiça eleitoral para resolver tais questões.

Décimo Quarto, a igreja tem dono. Ela é de Cristo. Ela não pertence nenhuma família ou partido político. Ela é a única instituição no mundo que aglomera e irmana pessoas de todas as tribos, raças, nações, classe sociais e ideologias políticas. Nenhuma ideologia, nenhum partido político, nenhuma instituição neste mundo se compara à beleza, à riqueza e ao brilho da Igreja de Cristo, porque nela se manifesta a multiforme sabedoria de Deus. Quem luta contra a Igreja terá que enfrentar o Seu Dono e Senhor, Jesus Cristo.

Décimo Quinto, a Igreja não concorda, não apóia nem aplaude o desrespeito às autoridades, às pessoas e as instituições. A Palavra de Deus dentre os seus grandes ensinos, destaca o dever cristão de honrar os pais, submeter-nos as autoridades constituídas, respeitar os idosos, servir de exemplo para as crianças e amar o seu próximo como a si mesmo. Não concordamos com o desrespeito, a pirraça, o patrocínio da bebedice, com a exposição pública dos pecados das pessoas em comícios e carros de som, nem com as humilhações tão comuns na forma de comemorar uma vitória política em nossas cidades. Os crentes que se misturam a esta conduta mundana o fazem por conta própria e por falta de discernimento do que lhe convém à luz da Palavra de Deus.

Décimo Sexto, a igreja que prima pela ética e pela moral cristã além de não concordar, repudia com veemência toda forma de corrupção ativa e passiva, lamentando que ainda temos em nosso município políticos que não se envergonham de comprar a consciência das pessoas em troca por dinheiro, sacos de cimento, areia, blocos e até eletrodomésticos e de forma ainda mais corrupta e vergonhosa eleitores que vendem o seu voto a qualquer preço, sabendo que estão cometendo um crime. Os que praticam tais atos deveriam ser punidos exemplarmente sejam estes candidatos ou eleitores.

Décimo Sétimo, discordar veementemente com o sarcasmo e vulgaridade dos que brincam com as instituições públicas e as exploram como se a Prefeitura fosse de um partido político. A prefeitura não é de um partido político. Todos os cidadãos tem os mesmos direitos garantidos na constituição no que concerne à saúde, educação, cultura, esporte, lazer e tantos outros. A prefeitura não é de quem votou no candidato que venceu as eleições. A prefeitura é uma instituição pública a serviço de todos os cidadãos joãodouradenses.

Décimo Oitavo, parabenizar os homens e mulheres de Deus que se portaram dignamente, abrindo mão de um direito que lhe é garantido de participar dos movimentos políticos por amor a Deus e zelo pela testemunho cristão, bem como àqueles que participaram, mas o fizeram dignamente zelando pelo nome de Cristo e da igreja.
Por fim, gostaria de engrossar as fileiras das pessoas que discordam e protestam contra a forma promíscua como se faz política em nosso município. Rapazes e moças, homens e mulheres que sonham com um futuro melhor para a nossa cidade, independente dos interesses políticos partidários e acima deles, deveríamos unir forças para conscientização das pessoas e combate veemente a este câncer da política no Brasil e em nosso município, a corrupção ativa e passiva no processo político eleitoral, bem como a filosofia de que “os fins justificam os meios”. 

Este texto foi uma forma pública que encontrei para esclarecer, lamentar, protestar, solidarizar-me e ao mesmo tempo desafiar aos que lutam por dias melhores em nossa cidade a continuarmos orando, lutando e contribuindo com palavras e ações – “Se não houver frutos, valeu a intenção da semente”. O que importa é semearmos a boa semente. Se o fizermos com certeza Deus a fará prosperar.

Rev. Cloves Azevedo de Oliveira

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