Tiago, irmão do Senhor, nos ensina a cantar louvores a Deus quando estamos
alegres (Tg 5.13), e Davi, quando passou por um intenso sofrimento, assumiu o
compromisso de bendizer a Deus em todo o tempo e de ter o seu louvor sempre nos
seus lábios (Sl 34.1). O louvor é uma expressão de alegria, mas também pode
coexistir com a dor e até mesmo ser temperado com as lágrimas. Jó disse que
Deus inspira canções de louvor até mesmo nas noites escuras. O rei Josafá,
quando estava encurralado por inimigos confederados, sentiu medo, pois não
tinha força nem estratégia para enfrentar aquela grande multidão que vinha
contra ele. Então, buscou ao Senhor e, Deus lhe ordenou a formar um coral, para
marchar à frente do exército. Tendo o coral começado a cantar louvores a Deus,
o Senhor pôs emboscada contra os inimigos, e eles foram desbaratados (2Cr
20.22). Lucas relata a experiência de Paulo e Silas em Filipos. Vamos examinar
o texto de Atos 16.19-34 e aprender três lições sobre o louvor
ultra-circunstancial.
Em primeiro lugar, o louvor pode ser antecedido por circunstâncias
adversas (At 16.19-24). Paulo e Silas tinham acabado de ser presos em
Filipos. Era uma prisão injusta e também ilegal. Injusta porque estavam fazendo
o bem e não o mal, e ilegal porque eram cidadãos romanos e foram lançados no
cárcere sem qualquer direito de defesa. Mais do que isto, foi uma prisão
violenta e desproporcional. Violenta porque os dois servos de Deus tiveram suas
vestes rasgadas e depois foram açoitados com varas em praça pública. Seus
corpos ficaram feridos e ensanguentados. Desproporcional, porque os
missionários foram guardados com toda a segurança, na prisão interior, um lugar
sem ventilação, úmido e escuro, com seus pés pesos no tronco, como se fossem
criminosos de alta periculosidade. O ambiente era desfavorável e as
circunstâncias conspiravam contra qualquer preparação para o louvor.
Em segundo lugar, o louvor pode acontecer nos momentos mais escuros
da vida (At 16.25). Paulo e Silas estavam feridos, humilhados,
injustiçados e acorrentados com cadeias num porão imundo, cercado de presos
perigosos. O sangue escorria de suas chagas, enquanto seus pés estavam presos e
acorrentados no tronco. Era meia-noite e a escuridão, como um manto de crepe,
cobria aquele lúgubre lugar. A circunstância era medonha e o momento era de
dor. Mas, Paulo e Silas em vez de se renderem à murmuração, abriram os lábios
para orar e cantar louvores a Deus. O louvor é um ato de confiança em Deus,
apesar da adversidade. O louvor não vem das circunstâncias, mas vem de Deus,
que está no controle das circunstâncias. O louvor não vem de dentro, vem de
cima. É Deus quem coloca em nossos lábios um hino de louvor, mesmo nas noites
escuras.
Em terceiro lugar, o louvor pode desencadear intervenções
sobrenaturais de Deus na história (At 16.26-34). O louvor que vem do
céu, retorna ao céu e desencadeia as gloriosas intervenções de Deus na
história. Um terremoto sacudiu a prisão e abriu trancas, ferrolhos e algemas.
Os prisioneiros não fugiram, mas o carcereiro tornou-se prisioneiro da graça. O
terremoto trouxe libertação para os missionários e salvação para o carcereiro.
A pergunta do carcereiro foi específica: “Que devo fazer para que seja salvo?”
e a resposta de Paulo e Silas foi clara: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu
e tua casa”. Diante da exposição da Palavra de Deus para o carcereiro e todos
os de sua casa, todos foram alcançados pela graça e creram em Deus e foram salvos.
Naquela mesma noite foram batizados. Naquela mesma noite, demonstraram
transformação de vida, pois aquele que outrora oprimia e açoitava, agora lava
os vergões dos açoites de Paulo e Silas. Aquele que estava acostumado a ser
rude com os presos e tratá-los como coisas descartáveis, agora torna-se
hospitaleiro e recebe os obreiros de Deus em sua casa. Aquele cujo coração já
estava insensível, agora coloca uma mesa diante de Paulo e Silas. Aquele que
não conhecia a verdadeira alegria em sua incredulidade, agora manifesta grande
alegria pelo fato de ter crido em Deus. O louvor é um poderoso instrumento
evangelístico. O louvor é um brado de triunfo. Ele não é apenas consequência da
vitória, mas, sobretudo, consequência da vitória.
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