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04 novembro 2010

Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.

Um dos primeiros versículos que me vem a mente é este que intitula este texto, situado no livro de Salmos 1:2, ao lembrar da imagem de uma senhora que sentava-se sempre aos primeiros bancos da igreja e tinha sempre em mãos a Bíblia, um caderninho e uma caneta. Esta imagem me chama atenção desde a infância, quando frequentava os cultos da Escola Presbiteriana de Canal. Ali não era a minha igreja, mas sempre que ia a ela encontrava aquela senhora lá na frente com sua bíblia e caderninho onde anotava todos os pontos das mensagens pregadas.

O que mais me deixava intrigada era que ela já tinha cabelos brancos, era crente a muitos anos e conhecia profundamente a palavra do Senhor. Então eu questionava: porque ela sempre anota as mensagens, não devia eu assim o fazer por ainda não conhecer como ela?

Hoje, com 25 anos de idade, tenho resposta para o meu questionamento quando ainda tinha 8 anos e observava aquela senhora. O Senhor Deus me alcançou também e me fez desfrutar do enorme prazer em meditar na sua lei. Pouco posso entender porque aquela senhora não perdia oportunidade em aprender, aprender, aprender, aprender... e passar adiante com propriedade os ensinamentos da Lei do Senhor. De externar o seu prazer em nela meditar, de alertar aos fracos e inexperientes de que a lei do Senhor é o melhor caminho a seguir.

Não tive o prazer de conviver com ela na mesma igreja nem no convívio diário, mas a sua história de vida era propagada pelas bocas mais experientes próximas a mim. Seu testemunho de vida era lição aos demais que estava em seu redor. A igreja em que ela estava era agraciada por seu empenho em servir. Servir, tá ai uma palavra que tem muito significado em minha vida e que era a referência desta senhora para mim...


Mas, a final de contas, que senhora era esta?

Mais adiante, depois de uma personalidade formada e amadurecida, estive em encontro com um rapaz chamado João Marcos e havia convivido com o meu pai, Hélio, falecido em julho de 1991, quando eu tinha apenas 05 anos. Encontrar pessoas que conviveram com o meu pai era de fundamental importância porque eu não o conheci e tinha sede em saber de sua personalidade, suas aventuras. O João traz a mim experiências vividas com o meu pai de algo que herdei dele: música com traços de personalidade. A tarde de conversas entre eu e João, cada um com um violão no colo, transcendeu a noite na casa da professora Rosinha, em João Dourado, e lá estava aquela senhora: Dona Belami.

Lembro-me bem que elas estavam preparando uma buxada e, vez por outra, passava pela sala, passava a mão em minha cabeça, participava da conversa, deixava alguma lembrança sua sobre o meu pai e voltava para a cozinha.

Uma outra lembrança recente que tenho muito carinho foi uma oração que ela fez por mim e minha mãe, quando nos acampamos junto a mocidade em Wagner, no instituto Ponte Nova. Ela sabia da nossa trajetória de vida e, enquanto intercedia por nós agradecia a Deus pelo que Ele tinha feito em nós, na sabedoria e força que deu a minha mãe para levar a diante a vida com dignidade, sabedoria e disposição no serviço do Senhor. Aquela oração ficou gravada em meu coração.

Hoje, com a notícia de que Dona Belami descansou no Senhor, recordo-me de cada momento em que aquela senhora crente, fiel e temente apareceu em minha vida marcando-me simbolicamente. Sei que no céu sua recepção foi festiva e imagino a alegria e gozo em que ela esta ao se encontrar com o Senhor da Glória. Este é o conforto do meu coração. Foi assim com meu pai, meu avô, Silvinha (amiga queridíssima que descansou em agosto deste ano) e espero em Deus que assim seja comigo. Descanso de gozo na presença do Senhor.

Peço a Deus incessantemente que seja com a dor dos familiares de Dona Belami confortando-os e suprindo os dias difíceis de saudade e até mesmo da falta dos seus sábios conselhos. Por experiência de quem perdeu um pai, saibam que o melhor é que tempo nenhum apagará os momentos vividos e a saudade, que na maioria das vezes dói, trará a lembrança do melhor que Dona Belami representou para vocês.

Um abraço carinhoso em cada um, especialmente em João (tio), Professora Rosinha, Nylon, João (sobrinho) e Roberto.



Rebeca Vasconcelos Dourado


Um comentário:

  1. Anônimo11/09/2010

    Há tempos que ninguém me emociona assim...
    Chorei agora enquanto lia... no momento a variação de sentimentos e emoções se misturam e eu nem sei ao certo o que me fez chorar e emocionar-me tanto assim... saudade.... recordações... e quão doces são... vontade de assim ser... frustração por estar tão a aquem.... não sei... seja isso talvez os sinais vitais do que será produzido através da vida e da morte de dona Belami... o que, com certeza aoontecerá em muitos... (Joseane Porto)

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